EUA confirmam 141 casos de gripe suína; OMS fala em 331 contaminados no mundo

Do UOL Notícias*

Imagem de microscópio cedida pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos mostra o H1N1, estirpe do vírus da gripe suína

Em São Paulo

Os Estados Unidos confirmaram nesta sexta-feira (1) que o número de casos da nova gripe suína subiu para 141 em 19 Estados, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).oficialmente chamada de influenza A (H1N1). Até agora, 331 pessoas estão infectadas pelo vírus em pelo menos 11 países.
H1N1

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Hong Kong também confirmou hoje o primeiro caso da gripe suína no país. Segundo autoridades locais, a pessoa contaminada é um mexicano que viajou em um voo do México para Hong Kong, com escala em Xangai.

E a Alemanha confirmou o primeiro contágio da gripe suína entre pessoas. Trata-se de uma mulher da Baixa Baviera que não esteve recentemente no México e foi infectada após entrar em contato com uma das três pessoas da Alemanha que portavam o vírus. Ela já se recuperou da doença.

Com este já são quatro os casos de contágio com o novo vírus gripal na Alemanha confirmados pelo Instituto Robert Koch de virologia, encarregado de coordenar as análises e testes em todo o país.

Os três casos anteriores foram confirmados na quarta-feira passada e localizados em Hamburgo, e nas localidades bávaras de Regensburg e Kulmbach.

Balanço da OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou hoje o número de casos confirmados de gripe suína, agora

São 156 casos no México, 109 nos EUA, 34 no Canadá; 8 no Reino Unido; 13 na Espanha; 3 na Alemanha; 3 na Nova Zelândia; 2 em Israel, 1 na Áustria, 1 na Suíça e 1 na Holanda. Já são 176 mortes no México (dez confirmadas) e uma nos Estados Unidos.

Em sua apuração, a OMS não leva em conta os casos confirmados em laboratórios que não lhe foram notificados oficialmente, e por isso os números da organização sempre são menores que os dados divulgados pelos governos.

A OMS voltou a dizer que não recomenda a restrição de viagens regulares nem o fechamento de fronteiras, mas considera "oportuno que as pessoas doentes suspendam viagens internacionais e que aqueles que apresentem sintomas após uma viagem internacional busquem atendimento médico".

Além disso, a OMS assegurou "que não há risco de infecção por comer porco bem cozido ou produtos provenientes deste animal".
Falta de informação sobre gripe suína
faz cair consumo de carne de porco


México
O Secretário de Saúde mexicano, José Cordova, disse nesta quinta-feira que as autoridades já gastaram 1,6 bilhão de pesos mexicanos (US$ 116 milhões) em equipamentos médicos e medicamentos desde o início da epidemia e que caravanas de saúde que estão percorrendo as regiões mais afetadas para detectar pessoas que apresentem sintomas, de modo que sejam atendidas com oportunidade para evitar novas mortes.

O país fala em 300 casos confirmados em um total de 679 pessoas testadas até agora e doze mortes em função da doença. Mais 130 mortes, segundo Cordova, poderiam estar relacionadas à gripe suína.

O ministro ressaltou que o número de internações diminuiu nos últimos dez dias e disse que há sinais "encorajadores" no combate à gripe suína, mas alertou que isso não quer dizer que "o vírus não esteja circulando".

Já o presidente do México, Felipe Calderón, pediu, em discurso à nação, que as pessoas aproveitem o feriado de 1º de Maio para permanecer em casa e evitar a transmissão do vírus. "Não há lugar mais seguro para evitar contagiar-se do vírus da gripe suína que sua própria casa", falou.
Você Manda

Letícia Hermann/Você Manda/UOL
Pessoas com máscaras no shopping mais movimentado de Guanajuato no México


Os oito principais aeroportos do México estão instalando câmeras capazes de medir a temperatura do corpo humano para ajudar na detecção de pessoas que possam estar infectadas pelo vírus da gripe suína.

A febre alta é um dos principais sintomas da doença, que incluem ainda tosse, dores na garganta, músculos e articulações, congestão nasal, náuseas, vômitos e diarreia.

Começou hoje no México a paralisação de cinco dias de parte da economia do país, numa tentativa de conter o avanço do surto de gripe suína. Serviços considerados não-essenciais do governo foram suspensos, enquanto setores do comércio como cinemas e restaurantes anunciaram que permanecerão fechados.

Algumas fábricas anunciaram a paralisação de suas atividades e escolas amanheceram fechadas. Calderón pediu que os moradores fiquem em casa até o dia 5 de maio. Muitas pessoas, entretanto, dizem que vão ignorar o apelo, porque não têm como deixar de trabalhar.

Japão
As autoridades sanitárias japonesas informaram hoje que os exames de um doente com suspeitas de gripe suína apresentaram resultado negativos, e por isso ainda não há qualquer caso confirmado no país.

Os exames foram realizados em um jovem estudante de 17 anos de Yokohama que viajou ao Canadá entre os dias 10 e 25 de abril e que apresentava sintomas similares aos da nova gripe.

Ontem, uma japonesa que chegou ao aeroporto internacional de Tóquio em um voo procedente de Los Angeles teve um resultado positivo para a gripe suína, mas exames posteriores descartaram a presença do vírus.

O Japão anunciou também que enviará ao México material médico no valor de 100 milhões de ienes (US$ 1 milhão) como ajuda de emergência, para ajudar no combate à epidemia de gripe suína.

Segundo o ministro porta-voz do governo japonês, Takeo Kawamura, citado pela agência local "Kyodo", a ajuda incluirá 190 mil máscaras, três mil óculos protetores, três mil pares de luvas descartáveis e 1.370 garrafas de soluções antissépticas.

Canadá
Autoridades canadenses informaram hoje que o número de casos da gripe suína no país subiu para 34. O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, deve viajar amanhã a uma fazenda que cria porcos para assegurar ao público canadense que a doença não é transmitida pelo animal ou por produtos derivados dele.

Nova Zelândia
A gripe suína vem alterando velhos costumes na Nova Zelândia. A Igreja Católica Apostólica Romana no país instruiu seus padres a não colocar as hóstias diretamente na boca dos fiéis, para reduzir os riscos de transmissão da doença.

Entre os índios Maoris, o tradicional cumprimento feito com o contato entre narizes também vem sendo evitado.

Além disso, o ministro neozelandês do Meio Ambiente, Nick Smith, entrou hoje voluntariamente em quarentena, por apresentar sintomas da gripe suína após retornar de sua lua-de-mel pela Ásia.

"Tinha um pouco de febre e exames confirmaram que estava gripado. Ainda não se sabe com qual tipo e não acreditamos que se trate da gripe suína. Agora ele se encontra muito melhor", disse o ministro da Saúde neozelandês, Tony Ryall.

O político e sua esposa, que também manifestou sintomas gripais, fazem parte dos 400 neozelandeses que foram isolados e medicados com Tamiflu, diante da possibilidade de que estejam com a gripe suína, que pode ter causado a morte de quase 170 pessoas no México, centro da epidemia.

EUA querem produzir vacina
Os Estados Unidos se preparam para fabricar uma vacina contra a gripe suína, mas com a certeza de que ela não ficará pronta nos próximos meses e, portanto, não será usada para combater a atual epidemia.

O diretor do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Richard Besser, acredita que a epidemia atual poderá ser combatida com as medidas de prevenção e tratamento adotadas, mas, advertiu ele, o vírus se expandirá por todo o país antes de desaparecer e deixará um "amplo espectro de casos, desde os mais suaves até os mais graves".

Besser explicou que ainda há muitas dúvidas em torno da vacina. "As perguntas são: quem a receberá, e quem vacinaremos? A resposta depende do que tenhamos aprendido do vírus e de como ele se transmite. É uma decisão mais social que científica. Certamente não podemos vacinar 300 milhões de pessoas", disse.

Enquanto se decide se será aplicada ou não, as autoridades sanitárias começaram a dar os passos necessários para poder produzi-la em quantidade suficiente. O diretor do CDC disse que, até o momento, foi isolada a cepa padrão do vírus para ser cultivada, com objeto de acumular a quantidade necessária para que possa ser enviada às farmacêuticas.

" Primeiro temos de fazer a semente da cepa crescer até um nível determinado, testá-la e ter certeza de que não sofreu qualquer mutação. Só aí será possível enviar aos fabricantes", indicou. "Isto é o que planejamos. Mas a vacina não estará pronta antes da próxima temporada da gripe. Portanto, não temos que decidir atualmente se será utilizada ou não", apontou.

* com agências internacionais

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