Jornais do Azerbaidjão (Blog N. 46 do Painel do Coronel Paim) - Parceria: Jornal O Porta-Voz

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Tamiflu causou efeitos colaterais e pesadelos em crianças, diz estudo



Chris Radburn/Reuters
Cartela do Tamiflu, recomendado contra gripe suína, causaria efeitos colaterais em crianças



Dois estudos divulgados nesta quinta-feira (30) com crianças britânicas mostraram que mais da metade das que tomaram Tamiflu, medicamento indicado para prevenção e tratamento da gripe suína, sofreram de efeitos colaterais, como náusea, dores, insônia e até pesadelos.

Os estudos foram conduzidos por especialistas da Agência de Proteção de Saúde (HPA, na sigla em inglês) do Reino Unido e publicadas no site da revista científica "Eurosurveillance".

Em um estudo, os dados foram levantados em uma escola no sudoeste da Inglaterra. As crianças --de 11 e 12 anos de idade-- começaram a tomar a medicação depois que alguns colegas foram diagnosticados com gripe suína. Os pesquisadores investigaram dados de 248 crianças que tomaram o remédio apenas para prevenção da doença.

"Das crianças, 51% tiveram sintomas como náusea [31,2%], dor de cabeça [24,3%] e dor de barriga [21,1%].

Apesar de algumas crianças estarem doentes com algum tipo de sintoma parecido com os da gripe, nenhuma estava infectada com o vírus A (H1N1)", diz o estudo.

Segundo a pesquisa, 77% das crianças fizeram o tratamento completo com Tamiflu e 91% usaram o remédio por pelo menos sete dias seguidos.

Os cientistas disseram que os efeitos pesquisados são comuns e que "o desconforto dos efeitos colaterais precisa ser considerado" pelos pais que dão o Tamiflu para os filhos como forma de prevenção.

Outro estudo do HPA em três escolas de Londres, também publicado no "Eurosurveillance", com 103 crianças mostrou que 85 delas tomaram a medicação para se prevenir, depois que um colega de aula foi diagnosticado com a gripe.

Uma das escolas chegou a ficar fechada por dez dias.

Dos 85, 45 sofreram pelo menos um dos efeitos colaterais. Os mais comuns foram náusea (29%), dores estomacais ou cãibras (20%) e problemas de sono (12%), como insônia e pesadelos.

Outros 18% sofreram efeitos neuropsiquiátricos, como falta de concentração, sensação de confusão, pesadelos e "comportamentos estranhos".

O estudo foi conduzido em abril e maio passados, antes de o governo britânico parar de indicar o Tamiflu para prevenção.

Atualmente o remédio é usado apenas para tratamento de pessoas já infectadas ou com suspeita.

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