Tamiflu causou efeitos colaterais e pesadelos em crianças, diz estudo
Chris Radburn/Reuters
Cartela do Tamiflu, recomendado contra gripe suína, causaria efeitos colaterais em crianças
Dois estudos divulgados nesta quinta-feira (30) com crianças britânicas mostraram que mais da metade das que tomaram Tamiflu, medicamento indicado para prevenção e tratamento da gripe suína, sofreram de efeitos colaterais, como náusea, dores, insônia e até pesadelos.
Os estudos foram conduzidos por especialistas da Agência de Proteção de Saúde (HPA, na sigla em inglês) do Reino Unido e publicadas no site da revista científica "Eurosurveillance".
Em um estudo, os dados foram levantados em uma escola no sudoeste da Inglaterra. As crianças --de 11 e 12 anos de idade-- começaram a tomar a medicação depois que alguns colegas foram diagnosticados com gripe suína. Os pesquisadores investigaram dados de 248 crianças que tomaram o remédio apenas para prevenção da doença.
"Das crianças, 51% tiveram sintomas como náusea [31,2%], dor de cabeça [24,3%] e dor de barriga [21,1%].
Apesar de algumas crianças estarem doentes com algum tipo de sintoma parecido com os da gripe, nenhuma estava infectada com o vírus A (H1N1)", diz o estudo.
Segundo a pesquisa, 77% das crianças fizeram o tratamento completo com Tamiflu e 91% usaram o remédio por pelo menos sete dias seguidos.
Os cientistas disseram que os efeitos pesquisados são comuns e que "o desconforto dos efeitos colaterais precisa ser considerado" pelos pais que dão o Tamiflu para os filhos como forma de prevenção.
Outro estudo do HPA em três escolas de Londres, também publicado no "Eurosurveillance", com 103 crianças mostrou que 85 delas tomaram a medicação para se prevenir, depois que um colega de aula foi diagnosticado com a gripe.
Uma das escolas chegou a ficar fechada por dez dias.
Dos 85, 45 sofreram pelo menos um dos efeitos colaterais. Os mais comuns foram náusea (29%), dores estomacais ou cãibras (20%) e problemas de sono (12%), como insônia e pesadelos.
Outros 18% sofreram efeitos neuropsiquiátricos, como falta de concentração, sensação de confusão, pesadelos e "comportamentos estranhos".
O estudo foi conduzido em abril e maio passados, antes de o governo britânico parar de indicar o Tamiflu para prevenção.
Atualmente o remédio é usado apenas para tratamento de pessoas já infectadas ou com suspeita.
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