Brasil ultrapassa Argentina em mortes por gripe suína
O Brasil ultrapassou a Argentina em número de mortes pela gripe suína --a gripe A (H1N1)--, segundo dados divulgados na noite de ontem pelo Ministério da Saúde argentino e pelas informações das secretarias estaduais de saúde brasileiras, ficando atrás apenas dos Estados Unidos entre os países que divulgam sistematicamente estes dados.
A gripe suína já matou 1.799 pessoas em todo o mundo, principalmente no continente americano, desde o seu aparecimento, no final de março, segundo os últimos dados da OMS. A entidade declarou a primeira pandemia de gripe do século 21 no dia 11 de junho. No total, 170 países já confirmaram casos.
Leia a cobertura completa da gripe suína
Saiba quais são os sintomas da gripe suína
Envie seu relato sobre a volta às aulas
No Brasil, as secretarias de Saúde de São Paulo, Paraná, Rio e Rio Grande do Sul confirmaram ontem mais 81 mortes, e o número subiu para, ao menos, 488. Com isso, o país ultrapassou a Argentina, onde o número de mortos subiu de 404, em balanço divulgado há oito dias, para 439, segundo comunicado do Ministério da Saúde do país.
O Brasil já havia passado o México na semana passada. Na ocasião, balanço das secretarias estaduais da Saúde mostravam 277 óbitos no país, contra 162 no México. O último balanço naquele país, divulgado na quinta-feira, aponta para a morte de 170 pessoas.
Agora, dos países que divulgam sistematicamente dados sobre mortes por gripe suína, o Brasil só está atrás dos Estados Unidos. Os americanos confirmam a morte de 522 pessoas pela doença até a noite de ontem, segundo informações do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês).
Os dados são emblemáticos porque o México foi o primeiro país do mundo a ter um surto de gripe suína, enquanto que a Argentina foi quem enfrentou o problema com mais gravidade primeiro na América do Sul --o que fez, inclusive, com que turistas brasileiros evitassem viajar para estes países.
Brasil
Somente em São Paulo, o total de óbitos saltou de 134 --conforme balanço do último dia 11--para 179 nesta sexta-feira. No Paraná, foram confirmadas mais 23 mortes, e o total subiu para 142 no Estado. Já o Rio Grande do Sul anunciou mais nove óbitos, elevando para 93 o número de vítimas.
No Rio de Janeiro, o total de vítimas já chega a 47, com as quatro novas confirmações desta sexta-feira. Mais cedo, Santa Catarina havia confirmado a 11ª morte no Estado --que está em situação de emergência desde o dia 3 de agosto devido à doença.
São Paulo é o Estado com o maior número de mortes no país em decorrência da gripe A (H1N1), com 179 óbitos confirmados. O Paraná é o segundo em número de vítimas (142), seguido pelo Rio Grande do Sul (93), Rio (47), Santa Catarina (11), Minas (8), Paraíba (2), Bahia (1), Pará (1), Rondônia (1), Mato Grosso do Sul (1) e Amazonas (1), além do Distrito Federal (1).
Segunda onda em 2010
A gripe suína deve voltar a circular no Brasil de forma mais intensa em meados de abril ou maio de 2010, informou o colunista Hélio Schwartsman na edição deste sábado da Folha.
Segundo ele, após o inverno e o pico pandêmico, a tendência (válida para os Estados do Sul e do Sudeste) é de redução paulatina no número de novos casos. "A julgar pelo que ocorreu no verão boreal [hemisfério Norte], nos próximos meses o novo vírus circulará por aqui num padrão mais intenso que o das cepas sazonais, mas nada tão dramático como a situação a que assistimos nas últimas semanas, quando os hospitais das regiões mais afetadas chegaram bem perto de seu limite."
Isso dá tempo ao Brasil de preparar uma estratégia para enfrentar a segunda onda da gripe "de modo mais eficiente" do que a primeira. "A principal arma deverá ser a vacinação, cuja estreia no hemisfério Norte teremos ocasião de observar antes de tomar as decisões mais graves."
Alerta mundial
Nesta sexta-feira, a diretora da OMS (Organização Mundial da Saúde), Margaret Chan, pediu à comunidade internacional que se prepare para uma provável segunda onda da gripe suína. Chan destacou ainda que os governos devem se preparar para o fornecimento de vacinas.
"Não podemos dizer que o pior já passou ou está a ponto de passar", declarou Chan, em uma mensagem de vídeo gravada e exibida na abertura de um congresso em Pequim sobre a gripe na região Ásia Pacífico.
"Devemos nos preparar para qualquer surpresa que nos reserve este novo vírus caprichoso (...) uma mutação constante e imprevisível é o mecanismo de sobrevivência do mundo microbiano", completou. "Também devemos nos preparar para uma segunda, e inclusive uma terceira, onda como aconteceu em pandemias anteriores."
Sintomas
A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha o vírus, e examinada em laboratório.
Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial