Unidade específica para atendimento a pacientes com suspeitas da doença começou a funcionar ontem
Categoria: Geral
EMERGÊNCIA - Atendimento na unidade especializada é das 7h às 19h - Paulo Cansini
EPIDEMIA - Morador do César Almeida tem três, dos seis familiares, com sintomas - Paulo Cansini
- Thiago Kawaguti
EMERGÊNCIA - Atendimento na unidade especializada é das 7h às 19h - Paulo Cansini
CARLOS RODRIGUES
De acordo com dados oficiais da Secretaria Municipal de Saúde, até sexta-feira (6), Marília apresentava 1.414 casos confirmados da doença e duas mortes suspeitas, sob investigação. Para desafogar os atendimentos dos PAs das zonas norte e sul da cidade, começou a funcionar ontem, na rua Nove de Julho, ao lado da UBS (Unidade Básica de Saúde), a unidade especial de atendimento a pacientes com sintomas da doença.
Pelo menos cem pessoas aguardavam atendimento na tarde de ontem. A unidade especializada funciona das 7h às 19h. Uma grande sala de hidratação, onde é aplicada soroterapia, foi improvisada para receber até 100 pacientes. Outros dez podem ser atendidos em macas. Um consultório médico funciona no local, preservado por um biombo.
O secretário de saúde, Luiz Takano, e coordenadores da pasta, transformaram o local em um verdadeiro Quartel General contra a dengue. Da unidade, saem determinações na tentativa de tornar mais ágil o atendimento e direcionar o fluxo de pacientes.
A coordenadora de Atenção Básica da Secretaria de Saúde, Fabiane Fernandes dos Santos, explica que qualquer pessoa pode ir diretamente à unidade, porém o objetivo é atender os pacientes com sintomas mais severos. Por isso, ela pede que os pacientes priorizem as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e USFs (Unidades de Saúde da Família).
“Aqui temos estrutura para atender quem está com sintomas mais severos, que precisa tomar soro, por exemplo. Quem tiver com os sintomas mais brandos pode ser atendido mais rapidamente e liberado em uma unidade perto de casa”, afirma.
Na tarde de ontem, a comerciante Vânia Silveira Alves levou à unidade especializada o pai e a irmã, moradores no César Almeida (zona norte). Ela conta que das seis pessoas que residem na mesma casa, três estão com sintomas e uma já teve a doença confirmada.
“Eu moro em Gália e vim para Marília ajudar, porque metade da família está doente”, afirma a acompanhante, que teve o pai atendido após cerca de duas horas.
A coordenadora explica que as consultas são realizadas com critério e a soroterapia leva tempo, por isso é fundamental que as pessoas na fila compreendam a espera.
“É muito importante que esse atendimento seja feito de forma tranquila, com a reidratação necessária e possamos minimizar os riscos de complicações”, disse.
O vereador José Bassiga da Cruz, o Goda (PHS), também procurou a unidade, na tarde de ontem, com sintomas de dengue. Ele aprovou a implantação do serviço, mas sugeriu a ampliação do número de profissionais. Se confirmado, será o terceiro vereador a ser diagnosticado com dengue.
NOVA MORTE
A secretaria municipal de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, que a morte de uma mulher de 61 anos, na última sexta-feira (6), ainda está sob investigação. A moradora da zona sul teria morrido após passar por atendimento em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e ser liberada. A primeira morte, da professora Lucilia Coelho de Oliveira, 78 anos, ocorreu dia 26 de janeiro e também está sob investigação.
Sudeste concentra metade dos casos
No mês de janeiro, foram registrados quase 41 mil casos de dengue em todo o Brasil. Mais da metade na região Sudeste do país. O número corresponde a um aumento de 57,2% em relação aos registros ocorridos no mesmo período do ano passado, quando foram notificados cerca de 26 mil casos.
Os dados foram divulgados sábado pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante o Dia D de mobilização contra a dengue.
Para intensificar as medidas de prevenção e controle da Dengue, o Ministério da Saúde repassou recurso adicional de 150 milhões aos estados e municípios brasileiros e elaborou planos nacionais de contingência.
Trabiju (SP) tem a maior incidência
Trabiju (206 km de Marília), uma cidade pequena no interior de São Paulo, com pouco mais de 1,6 mil habitantes, tem a maior incidência de dengue do país. De cada quinze moradores, um já foi diagnosticado com a doença. Os dados são do balanço do Ministério da Saúde. Em todo o Brasil, o número de casos de dengue em janeiro cresceu mais de 57% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram mais de 40 mil notificações. No estado de São Paulo, a situação é ainda mais crítica. Os registros aumentaram oito vezes. São mais de 17,6 mil. Em Trabiju, são 111 casos para uma população de 1650 habitantes. Para complicar, Trabiju só tem um centro de saúde, que fecha as portas no fim de semana.
Crise hídrica eleva o risco da doença
Quem armazena água por causa da seca deve tomar cuidado para que seus depósitos não virem criadouros de mosquitos transmissores. A crise hídrica em São Paulo pode elevar o número de casos de dengue no estado. Eles “explodiram” no início deste ano, e a falta da água pode agravar ainda mais esse cenário. O surto levou alguns municípios a cancelar as festividades de Carnaval e a adotar o uso de drones no combate à doença.
Algumas cidades do interior como Guararapes, Penápolis, Neves Paulista, Catanduva, Tanabi e Marília já decretaram situação de emergência. Eliminar criadouros evitando o acúmulo de água parada e tampando depósitos de água continua sendo a única maneira de evitar epidemias da doença.
90% dos criadouros estão nas residências
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a crise hídrica registrada em alguns estados brasileiros é um dos principais motivos da multiplicação dos casos de dengue, na medida em que a população das regiões atingidas pela estiagem acaba estocando água de forma inadequada. Ele diz ainda que 90% dos criadouros estão nas residências e que a participação popular é essencial para eliminar o mosquito.
Dados do governo federal mostram que, no mês passado, foram registrados 40.196 casos notificados de dengue no Brasil. No mesmo período do ano passado, haviam sido registrados 26.017 casos.
Arthur Chioro adverte que o armazenamento de água nas residências sem a devida proteção eleva o risco de depósito da larva do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue e do vírus chikungunya, que provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém, mais dolorosos.
Na avaliação por unidades da federação, o estado que proporcionalmente registrou a maior elevação dos casos de dengue em janeiro foi o Acre. Lá, 2.673 pessoas foram diagnosticadas com a doença, o que equivale a 338,3 casos a cada 100 mil habitantes. Somente no município acreano de Cruzeiro do Sul as autoridades
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial