México soma 19 mortes por gripe suína; país critica discriminação
Moisés Pablo/Efe
Funcionários do metrô de Cidade do México distribuem gel para que mexicanos mantenham as suas mãos limpas
da Folha Online
O Ministério de Saúde do México aumentou para 19 o número de mortes comprovadamente causadas pela nova gripe suína --cujo nome oficial é "influenza A (H1N1)"-- e para 473 o total de casos confirmados da doença. Os números não constam do último levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo o qual o México possui, confirmados, 16 mortes e 397 casos. Em todo o mundo, conforme a organização, são 658 casos.
O anúncio surge depois de o governo mexicano ter comemorado o fato de não ter acontecido nenhuma morte, em decorrência da epidemia, durante 24 horas. Dos 19 mortos confirmados, 14 são mulheres.
Em entrevista, o ministro da Saúde do México, José Angel Cordova, repetiu acreditar que houve uma diminuição no número de casos graves. "Cada dia há menos casos graves, e por isso está caindo a mortalidade." Ele ressaltou, porém, que os mexicanos não podem "baixar a guarda" e negligenciar medidas de prevenção.
Neste sábado, a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, foi a público criticar China, Peru, Argentina, Equador e Colômbia por medidas "discriminatórias e carentes de fundamento" que foram aplicadas contra o México e contra os mexicanos.
Na China, uma família mexicana foi levada à força ao hospital e mantida em isolamento. O caso só foi resolvido após intervenção da Embaixada do México. A China ainda suspendeu todos os voos entre o México e Xangai e enviou um avião ao país para buscar os chineses, tudo depois de Hong Kong ter confirmado um caso. "Não existe justificativa nenhuma para violentar os direitos de cidadão algum, nem para adotar medidas que não têm base científica nem de saúde pública."
Espinosa criticou Peru, Argentina e Equador por também terem suspendido voos ao México e criticou a decisão do governo da Colômbia de se negar a sediar em Bogotá os jogos dos times mexicanos Chivas e San Luís pelas oitavas-de-final da Copa Libertadores da América.
EUA
Pelo balanço da OMS, depois do México, os Estados Unidos são o país com maior número de casos confirmados de gripe suína, com 160. O número inclui a criança mexicana que morreu durante passagem pelo Estado do Texas.
Neste sábado, o presidente Barack Obama conversou por telefone com seu colega mexicano, Felipe Calderón, sobre a epidemia. Segundo a Casa Branca, Obama e Calderón conversaram durante 20 minutos, para "compartilhar informação dos esforços para limitar a propagação do novo vírus e falar sobre a importância da cooperação entre EUA e México".
Na conversa, Calderón agradeceu Obama por não ter fechado a fronteira entre ambos os países e por ter doado o remédio antiviral Tamiflu, eficiente no tratamento da gripe suína.
De acordo com a OMS, além de México e EUA, outros 14 países confirmaram casos da doença. São eles: Canadá (51), Reino Unido (15), Espanha (13), Alemanha (6), Nova Zelândia (4), França (2), Israel (3), Áustria (1), China (1, em Hong Kong), Coreia do Sul (1), Costa Rica (1), Dinamarca (1), Holanda (1) e Suíça (1).
Brasil
No Brasil, uma mudança de critérios de avaliação do Ministério da Saúde fez dobrar o número de suspeitas de gripe suína. Agora, há 14 casos, em quatro Estados. Eduardo Hage, o diretor de Vigilância Epidemiológica do ministério, afirmou que, "seguramente", a doença irá chegar ao país. "Já estamos trabalhando para detectar o mais rápido possível para tomar todas as providências", disse.
Na quarta-feira (29), a OMS disponibilizou ao Brasil o genoma do vírus, conforme informou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O reagente para a realização do teste que identifica se o caso suspeito é ou não a gripe ficaria pronto dez dias depois da disponibilização do genoma, segundo o ministro.
De acordo com o ministro, não há motivo para pânico, já que o Brasil tem matéria-prima para produzir medicamentos para o tratamento de até 9 milhões de pacientes contaminados com o vírus da gripe suína.
Com Associated Press, Efe e France Presse
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